Novembro Negro: Nossas Raízes, minha identidade

No ano de 2003 foi implementado no Brasil a Lei 10.639/03, que tem como finalidade reconhecer a diversidade étnico-racial do país, validar o direito de negros/as de autoconhecer sua identidade de maneira positiva, fortalecendo a promoção da igualdade racial, preponderando diálogos e ações referentes à educação das relações étnico - raciais nos espaços educativos.

De acordo com esta Lei, o ensino da História da África e Cultura AfroBrasileira deverão incluir o estudo das lutas dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e políticas pertinentes à história do Brasil. Deste modo o referido trabalho justifica-se por estar reconhecendo a atuação da Comunidade negra e contribuição dos afrodescendentes na formação da sociedade.

É de fundamental importância descrever o lócus no qual se desenvolve o presente projeto.  O Colégio Estadual de Tempo Integral Camillo de Jesus Lima (C.E.T.I Camillo) é uma instituição relativamente nova, inaugurada no ano de 2013, está situado no Bairro Kadija, uma região periférica da cidade, e atende a uma clientela oriunda dos bairros circunvizinhos (Patagônia, Conveima, Jardim Valéria, entre outros). Observamos que esses alunos pouco discutem a respeito das questões étnicas e raciais e demonstram pouco conhecimento a respeito de temas próprios de sua realidade, embora, de acordo com os resultados obtidos através do questionário sócio-cultural respondido por 321 (trezentos e vinte e um) estudantes matriculados no C.E.T.I. Camilo no ano de 2022, 78% se autodeclaram negros ou pardos.

Portanto, se faz necessário desenvolver na escola ações que valorize e reconheça a contribuição significativa das culturas africanas e da diáspora africana para a humanidade, a partir de uma educação afrocentrada, capaz de combate estereótipos, preconceitos e desigualdades historicamente associados às comunidades afrodescendentes.